O diretor teatral e gestor cultural, Fernando Guerreiro, realizou uma palestra, nesta quinta-feira (9), na Santa Casa de Misericórdia da Bahia (SCMBA), com o tema “A importância do humor na cultura baiana”.
A apresentação abriu o ciclo de palestras “Cultura e Prosa”, idealizado pela Diretoria do Patrimônio Cultural da Santa Casa da Bahia, com apoio da Faculdade Santa Casa (FSC).
Segundo a mordoma diretora de Ação Cultural da Santa Casa da Bahia, Ana Elisa Novis, a ideia do ciclo de palestras surgiu diante da necessidade de movimentar a área cultural da instituição, devido ao provisório fechamento do Museu da Misericórdia para obras de restauro.
“Sempre tivemos a tradição de, uma vez por ano, realizar uma exposição muito significativa no Museu. Já fizemos Pancetti, Carybé, Genaro de Carvalho, dentre outros artistas. Para não ficarmos sem atividade na área de cultura, no ano passado criamos o “Curso sobre a História de Salvador”. Esse ano, resolvemos iniciar esse ciclo de palestras mensais que segue até dezembro. Fizemos um brainstorming, imaginamos vários temas e pessoas interessantes de serem ouvidas para montar essa programação”, disse Ana Elisa.
Até dezembro, haverá palestras com temas como: pérolas do Recôncavo, cinema, história do livro, talha neoclássica, educação básica e festas populares, sempre com o recorte voltado para conteúdos exclusivamente da Bahia.
Na apresentação de Fernando Guerreiro, o palestrante contou um pouco da trajetória dele como diretor de importantes produções do teatro baiano, a exemplo de “A Bofetada” e "Os Cafajestes"; da experiencia na condução de um programa de rádio; do processo de criação de seus personagens; sobre os limites do humor e exemplos de importantes artistas baianos que utilizam do humor em suas obras e performances, como Jorge Amado, João Ubaldo Ribeiro, Ivete Sangalo e Durval Lelys.
“Fiquei muito feliz de ter o privilégio de abrir esse projeto novo da Santa Casa da Bahia. Hoje eu trouxe uma abordagem do humor contextualizada com uma relação direta da cultura como forma de vida, como o humor faz parte da vida do baiano e como ele desenhou esse conceito de baianidade. Temos vários formatos de humor, passando pelo teatro de cordel, a caricatura e até mesmo o próprio Carnaval. O humor tem que perpassar tudo. Às vezes até um tema delicado e complexo, com humor, ganha outra conotação e pode se tornar um instrumento disciplinara fantástico”, avaliou Guerreiro.