Inaugurado em 2006 pela Santa Casa da Bahia, o Museu da Misericórdia agrega grande valor ao panorama artístico e cultural do Centro Histórico de Salvador. Instalado em palacete do século XVII que já abrigou o primeiro hospital da cidade - fundado pela Santa Casa -, possui rico acervo, composto por 3.874 peças, classificadas em diversas categorias, como alfaia, mobiliário, pinacoteca e imaginária. Trata-se de um legado de 469 anos de história, com obras que contextualizam do século XVII até os dias atuais.
Destaque para os azulejos de 1712 que reproduzem a Procissão do Fogaréu, que a Irmandade da Santa Casa realizava na noite de Quinta-Feira Santa, e para a sala com quadros do expoente pintor barroco José Joaquim da Rocha, que retratam a Paixão de Cristo. A Loggia (século XVIII) é um espaço arquitetônico de características européias e conta com um rico trabalho de embrechado em quatro tipos de mármore que conferiu ao prédio do Museu o tombamento do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), em 1938. O primeiro carro movido a gasolina que chegou à Bahia também compõe a secular coleção.
Entre as peças relacionadas a personalidades estão a cadeira feita exclusivamente para a visita de D. Pedro II, em 1859, e a escrivaninha de Ruy Barbosa, que foi funcionário da Santa Casa da Bahia. O Museu da Misericórdia ainda conta com quadros que retratam Antônio de Lacerda, projetista e executor da obra do Elevador Lacerda, e Raimunda Porcina de Jesus, que alforriou os escravos da Filarmônica dos Chapadistas.
O Museu também desenvolve ações educativas junto à sociedade e é campo de diversas pesquisas acadêmicas, com promoção de visitas de estudantes universitários e alunos de escolas públicas e particulares.
Certificado pelo Sistema Brasileiro de Museus/MINC, o Museu da Misericórdia é um dos espaços culturais mais visitados da Bahia, contabilizando mais de 40.000 visitantes por ano. Além das salas de exposições permanentes, abriga três mostras temporárias anualmente, nas mais diferentes linguagens.